Olá! Legal te ver por aqui. Se você acabou de chegar, preciso te dizer que você está num texto da Série Vômitos - Palavras que saem direto do estômago. Para ter um pouco mais do contexto, seria muito interessante se você lesse, ao menos, a introdução de VÔMITOS Nº1.
Quando leio o que escrevi pra mim mesma há um pouco mais de 5 anos, consigo visualizar melhor a curva do meu comportamento dentro dos meus relacionamentos, ou ao menos do relacionamento que eu vivia na época. Conforme você for acompanhando os textos, vai perceber como meu pensar, meu sentir e meu agir oscilam de maneira considerável. Eu, daqui, de hoje, fico tentando buscar motivos e situações que possam ter me levado a tamanha instabilidade. Seria insegurança na relação? Seria imaturidade emocional? Quais eram os gatilhos? Nessa hora, eu gostaria de ter um pouco mais de conhecimento sobre psicanálise, pra olhar praquela Priscila de quase 39 anos de história (com relacionamentos, casamento, lutos e rompimentos) e conseguir concluir alguma coisa. Será que nesse povo que me lê tem alguém da psicanálise? Se tiver, fique à vontade pra fazer da minha vida e dos meus escritos, material de estudo. Só me conta depois à que conclusão você chegou, combinado?!
Então, vamos ao próximo VÔMITO!
VÔMITOS Nº 2 - 24/12/2018
Bom dia! Hoje é o meu segundo dia de páginas matinais. Não sei se darei conta de escrever as três páginas porque tenho hora e esqueci de me programar pra acordar mais cedo para escrever. Hoje, a princípio, me parece que não tenho tanto assunto para falar, ao mesmo tempo em que sei que, se eu começo não paro mais. O ventilador barulhento continua aqui, ou seja, eu tô no mesmo lugar que ontem. Não sei porquê, mas ainda acho que um dia vou ler isso tudo de novo, daí essa minha necessidade de deixar tudo explicadinho para eu poder entender na posteridade. Hoje não estou me incomodando tanto com a minha letra ao acordar. Minha mão ainda dói quando eu escrevo, mas o corpo está bem mais relaxado que ontem. Deve ser por causa da noite. Sexo antes de dormir pode promover verdadeiros milagres na vida de uma pessoa. Acho que para doer menos — a mão — eu precisaria retomar a prática de escrever mais. Hoje, aqui ao meu lado, está o cara que eu amo. Nunca experimentei um amor assim, é um tipo diferente, quase estranho. É até difícil de explicar. Não sei se consigo. O calor está menos insuportável e até corre uma brisa geladinha. As páginas de hoje não foram a primeira coisa do dia. Já tomei banho, tomei também um pouquinho de café com leite. Ele acabou de entrar no banho — o meu amor. Parece coisa de posse isso de escrever "meu" amor. Na verdade nem sei se realmente é, mas eu descobri que gosto de ser a "minha" dele, a namorada dele, a gostosa dele, como ele fala. E também gosto de dizer que ele é meu. Prefiro ainda "é" do que o "está". Ele é o meu namorado. Ele não está meu namorado. Já vi gente falando assim e não curto. Eu gosto desse cara. E parece que gosto também das reações químicas que ele, as mãos dele, o corpo dele, a pele e a presença dele provocam em mim, no meu corpo. Hoje meu cóccix já está doendo. Ainda não falei sobre isso com ninguém, mas isso é uma das coisas que vem me preocupando. Tô com medo de um tumor ou alguma coisa meio braba que necessite de cirurgia. Olha eu aqui na terceira página! Vou continuar escrevendo até que ele saia do banheiro e esteja pronto para irmos. Vamos distribuir cestas de natal. Tradição de anos da minha família que eu já divido com ele pela segunda vez, segundo ano consecutivo. Que venham mais vários, muitos, todos os próximos natais da minha vida eu quero passar ao lado desse cara. Ele e cada um dos nossos meninos, minha nova família, mesmo morando em casas distintas. Mas isso ainda há de se dar um jeito. Amo demais. Por hoje chega.
Minhas observações e julgamento atuais, diferente de como fiz no texto passado, dessa vez virão em bloco. É bem louco e confuso mesmo ler tudo isso tanto tempo depois. Eu não lembro, aqui no campo das memórias, desses momentos em que eu escrevia e nem de sentir esses sentimentos com tamanha importância como a que eu descrevo na carta. Só que tem um detalhe, o que eu não me lembro especificamente, é desses sentimentos bons que eu descrevi, dessas vontades e desejos. Alô psicanalista, cadê você? Porque na próxima carta, a que virá na próxima publicação, está cheio de sentimento considerado ruim. E deles eu tenho mais do que simples memórias na mente, eu tenho memórias físicas, corporais. Acho que você vai ter que ler a próxima carta pra me ajudar a desvendar meus mistérios.
Te espero!
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